sexta-feira, 22 de julho de 2011

as folhas secas

observo as folhas secas dançando ao vento,
parece que o tempo se retém ao compasso
da queda. E elas rebolam ao éter
alheias ao carros que gritam,
aos prédios insones,
às vozes sem ritmo...
apenas dançando com os finos pingos
duma chuva rasteira
que acaricia as paredes do mundo
sem pressa, sem julgamentos.
As folhas se jogam àquele
breve momento de eternidade
e caem de cara no chão terroso
e findam-se,
somente testemunham, caladas,
os passos fugazes,
a corrida de tudo.
Eu danço com elas em dias de ressaca
e minha mente se torna
a chuva rasteira
que toca o mundo
sem julgamentos, sem pressa
porque o tempo se retém à nossa queda
e esse é o meu baile,
querida.

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