domingo, 14 de agosto de 2011

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O doce perfume da pele dela,
qual incenso de eras passadas,
escorrendo pelos nossos lençóis bagunçados
enquanto eu me levanto,
vestido na manhã,
ao canto dos pássaros
que saúdam um sol sonolento.
E tudo em mim
é pleno como o fluxo de um rio
sem finais,
apenas deslizando pelas encostas
do mundo.
Ela dorme ainda,
alçada às plêiades brilhantes,
a mundos longínquos
e eu não posso acompanhá-la,
mas nós caminharemos
no coração de um arco-íris
assim que o dia lhe beijar
as pálpebras.
Eu a observo entregue ao nada,
meu peito me pesa
com uma alegria indômita
que não pode ser contida
apenas por ele
e a tela da manhã
é a aquarela mais pura
que meus olhos já vislumbraram,
de repente,
eles rompem-se em lágrimas
e eu estou desarmado,
não tendo nada mais que a mim mesmo
para enfrentar
a brisa da sua voz
e nós andamos de mãos dadas
por jardins imaginários,
por campos de tulipas sempiternos
em pleno coração
da cidade.

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