domingo, 14 de agosto de 2011

a minha prece



Escuta-me, Grande Espírito,
pois meu peito me fala palavras
que o vento não ousa soprar
e o batuque do meu canto reúne
as nuvens escuras da borrasca.
Cresce em mim, como outrora,
uma ânsia serpentina
por partir sem rumo,
minha cidade é uma cova
e sua alma está usada.
Os campos, montanhas, rios e florestas,
os rostos do mundo,
que me aparecem somente em sonhos,
assombram os meus olhos
quais fantasmas inquietos
na minha libido.
É preciso conhecer o que é meu,
é preciso doar-me ao domínio
do éter, sem ressalvas.
Escuta-me, Grande Espírito,
pois meus pés pisam
caminhos imaginários
e já não sentem mais alegria
nas velhas veredas,
eu tenho adiado os dias,
preso no que eu era
e no que estou para me tornar.
dizem que o homem morre
pelos choques que sua alma sofre.
Sinto-me morrer
por muita alma
contida
num só lugar.
Escuta-me, Grande Espírito!

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